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29/jan/2018

OROBORUS

Autor(a): Allan de Lana

Allan de Lana

gostava de escrever
guardar e esquecer

hoje, vez ou outra o diverte
na tumba dos bits uma fortuna -
arqueo-poeta do próprio limo

a desvendar sua alcunha:
o “se-acha”, este o epíteto
em serpenteio do escritor anônimo.

lê o seu viver ainda incubado
queria declamar para a platéia
mas sopra os versos no vazio.

ali, guardado, esteve quieto
num poema oculto que homenageio
o olho-nascente gozando recesso

descanso de águas fora de rio
represa da vontade em devaneio
o verso deixado, como um excesso.

 
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