gostava de escrever
guardar e esquecer
hoje, vez ou outra o diverte
na tumba dos bits uma fortuna -
arqueo-poeta do próprio limo
a desvendar sua alcunha:
o “se-acha”, este o epíteto
em serpenteio do escritor anônimo.
lê o seu viver ainda incubado
queria declamar para a platéia
mas sopra os versos no vazio.
ali, guardado, esteve quieto
num poema oculto que homenageio
o olho-nascente gozando recesso
descanso de águas fora de rio
represa da vontade em devaneio
o verso deixado, como um excesso.