Esse fervilhar que nasce
dentro de mim
é pedacinho de alma,
resquício de paixão.
É algo que às vezes me acalma,
outras vezes, é a explosão.
Essa coisa borbulhante,
que parece brotar no peito,
é pedaço de energia,
que deita comido em meu leito.
É um jeito de desejo,
é um projeto de magia,
é como uma estrela guia,
não é desejo apenas,
é vontade de escrever.
É mais que desejo,
é quase um determinar,
é como a chegada da
adolescência,
que não há como barrar.
Tem hora que tenho vontade
de ser exclusivamente autor,
é uma tendência quente,
de me tornar um escritor.
Assim não terei que me calar
frente às belezas da vida.
Poderei gritar,
com a fúria ou com a alegria,
retratar o belo e
enaltecer o singelo,
analisar a essência de seu discurso e
colocar-lhe no meu caderno,
com todas as letras.
Varar sua carne,
para mostrar em seu inconsciente,
sua beleza eternizante, ou
sua maldade vivente.
ok