BOM E MAU
Como posso ignorar o teorema
Que me expõe o meu irmão, sob seu fardo?
Como posso desprezar o seu dilema
Se é a ele, e não a mim, que vai o dardo?
Se ignoro o arrastar do meu irmão
E, ao invés de covardia, chamo argúcia,
Se em suas lágrimas eu lavo minhas mãos,
Onde estão o meu valor e minha astúcia?
Pode ser que ao fim da linha, o Criador
Me ordene que espere, “Não se importa?
Vou buscar um o filho meu que se atrasou”.
Ou, quem sabe, pra depor a meu favor,
Carregar a minha mala, abrir a porta,
O irmão, que ali já descansou!
Jaeder Teixeira Gomes