O CAOS
De repente o caos: Peças do mosaico se misturam, nuvens se embolam na tarde da cidade, carros se engargalam em todas as direções.
“É o caos?”, Pergunto ao sábio.
“Sim amigo, mas por que você está com medo do caos?”
“Basta a palavra caos para eu me sentir atordoado, mente minada. Acho que seremos levados para todas as direções”.
As luzes que iluminam a noite focam os detalhes que durante o dia eram verdes e enfeitados pelas flores que decoram a cidade em todas as estações do ano.
“Cadê a Segurança Pública? Cadê o Serviço Público de Saúde? O transporte público viajou para onde?”, gritam numa praça dan metrópole.
Então chega minha amada
Com seu sorriso sincero,
Palavras austeras,
Mãos deslizantes,
Olhos assustados.
Ela veio para ajudar na descoberta
Dos segredos do caos.
“A noite já passou meu amor,
Agora brilham as vidraças da esplanada,
À frente de sua janela há uma flor do cambuí.
A chuva regou a grama marrom
Em instante você renascerá”.
Acordar com a maciez de suas mãos
Fez-me acalmar e acreditar que não
Havia mais caos.
“No caos é por onde tudo começa e, quando temos que recomeçar, devemos retornar a ele. Você nasceu caótico indiferenciado, o tal caos que se constituiu na pedra angular da construção de sua história de vida. É do caos que se extrai o verdadeiro sentido da vida”, reitera o Velho Sábio.