Divagação
No silêncio da madrugada,
a cachoeira canta para o universo e eu
caminho sob o orvalho
a conversar com minha alma.
Neste momento meu mundo se acalma.
Está chegando o alvorecer,
encurta a distância entre mim e você,
o sereno apaga o fogo do meu peito,
sinto que a vida vai nos trazer um jeito.
Contar os dias tem sido minha árdua tarefa,
contar meus segredos para a noite não
tem adiantado,
meu grito só grita para o fundo de mim mesmo.
Contar estrelas e pedir aos céus
é outra tarefa sem fim,
na esperança de que um dia,
o mundo irá alvorecer,
para você e para mim.
Vivo lutando contra as amarras,
tentando salvar-me da anóxia
produzida por coisas do destino,
asfixia que o tempo há de desfazer.
Cheirando o perfume da noite,
deixo os meus olhos dançarem,
medito para me livrar do açoite,
deixo minh’alma cantar baixinho,
negocio com a vida a hora de você chegar.
Pagarei qualquer preço para você ficar.