Se a poesia fosse uma planta, ela seria uma roseira sem espinhos e cheia de flores de todas as cores;
Se a poesia fosse uma pessoa, seria uma professora primária a ensinar com carinho milhões de crianças e adultos analfabetos;
Se a poesia fosse um animal, ela seria uma cachorra dálmata que tivemos um dia;
Se a poesia fosse o tempo, ela seria aquele tempo em que conheci minha mulher, nosso tempo de hoje e o de amanhã;
Se a poesia fosse uma tarde, seria a tarde de Brasília, com aquele por do sol avermelhado visto lá do morro do cruzeiro da primeira missa;
Se a poesia fosse um artista, ela seria o Aleijadinho das Minas Gerais a criar milhões de enfeites para a história do mundo;
Se a poesia fosse um pássaro, seria o curió que cantava na laranjeira da fazenda de meus avós;
Se a poesia dominasse o mundo, ela recriaria os animais extintos e os colocaria para viver na floresta que certamente o homem não teria destruído;
Se a poesia fosse uma cidade, seria a terra onde eu nasci;
Se a poesia fosse um pedaço da cidade, seria ela uma esquina onde os habitantes se encontrariam para falar amenidades.