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23/nov/2014

AUTOMUTILAÇÃO EM JOVENS

Autor(a): Jaason Frutuoso

 

Tive a oportunidade de conversar com muitos meninos e meninas que se cortam e, por entender que este fato é muito importante, resolvi escrever estas linhas para falar do tema.

Os instrumentos que eles usam para causar os ferimentos podem variar, mas é bastante comum o uso do estilete e da lâmina de gilete. Ocasionalmente alguns deles usavam caco de vidro ou qualquer outro objeto capaz de causar ferimentos.

Os jovens que se automutilam têm sido muito pressionados por seus familiares que, perturbados com o comprometimento psicológico dos filhos, acabam não conseguindo praticar uma boa escuta e compreensão para o problema, e, consequentemente não conseguindo ajuda-los de forma eficaz. Eles passam a manter severa vigilância sobre os adolescentes e isto aumenta ainda mais a ansiedade deles.

Ao se depararem com tal situação, é importante que pais e outras autoridades procurem compreender o que se passa no mundo interior do jovem. É bom que saibam que jamais isto aconteceria sem a presença de algum sofrimento emocional.

Vários desses jovens revelam que o ato de se cortar é uma forma de aliviar o sofrimento da alma (psique). Dois deles foram muito claros quando disseram: “produzo um sofrimento no corpo para aliviar o sofrimento da alma”.

Geralmente são jovens hipersensíveis que ao cometerem falhas no campo social (aborrecer o amigo, por exemplo), o sentimento de culpa se faz presente de forma avassaladora. Às vezes se ligam mais nos outros do que neles próprios.

Muitos deles revelam não sentir dor ao se cortarem, porque a dor de se cortar, comparada com a dor da alma, acaba sendo pequena. Não muito raro, eles apresentam um quadro de depressão e ansiedade, por isto devem ser assistidos por profissionais da área da Saúde Mental: Psiquiatras, Psicólogos, Terapeutas Ocupacionais e outros(de preferência em uma equipe multiprofissional)

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