E agora, o que vamos fazer com nosso filho? Será que a escola está ensinando direito? Devemos mudá-lo de colégio? Ele está com malandragem? Por que seu irmão aprende e ele não? Onde foi que nós erramos?
São muitas as perguntas que os pais fazem quando o filho não consegue aprender ler nem escrever.
Os questionamentos começam na fase da alfabetização e aumentam quando a criança já está lá com seus oito ou nove anos de idade. A angústia aumenta, e muito, quando a criança é reprovada, o que ocorre no primeiro ano do ensino fundamental, momento em que ela deveria ser alfabetizada. O professor os chama e revela que “Joãozinho” não vai passar de ano. Então, os pais se veem às voltas com o problema, mas alguém tenta amenizar: “Ele vai melhorar, o pai dele também foi assim, a mãe demorou a se alfabetizar, um de seus tios teve lá suas dificuldades, mas que ao final das contas conseguiram superar. O Fulano abandonou os estudos e se deu bem na vida.
Só que tais argumentos não funcionam, porque agora o que conta é que Joãozinho, filho idealizado pelos pais como bom estudante e bom profissional no futuro, está reprovado e seu problema documentado pela escola. Mesmo quando os pais não conseguem sucesso acadêmico, eles sonham com o êxito dos filhos. Portanto, o melhor mecanismo agora é procurar ajuda para Joãozinho.
Há quem nada faz, por falta de compreensão acerca do problema, por falta de recursos financeiros, ou ainda porque a própria escola não consegue compreender a situação do aluno para orientar os pais e encaminhá-lo aos especialistas, ou mesmo porque não há especialistas na região onde ele estuda.
O que realmente os pais devem fazer é encorajar a criança em vez de ridicularizá-la, censurá-la e castigá-la. Devem elogiá-la pelas conquistas escolares por menores que sejam. Nunca, mas nunca mesmo comparar o disléxico aos irmãos ou a quaisquer outras pessoas. O que também pode ajudá-lo é Ler em voz alta para ele e junto com ele.
Se nada for feito, o tempo vai passando e a criança vai tendo aumentada sua defasagem escolar e perdendo seu período de prontidão para a aprendizagem dos conteúdos escolares. Os educadores sabem que, quando uma pessoa perde o período de prontidão para a aprendizagem, ela pode recuperar com o auxilio de profissionais da saúde e com grande esforço dos profissionais da educação, mas dificilmente essa pessoa aprende como aprenderia se aproveitasse a fase do desenvolvimento infantil, que é o momento adequado para a alfabetização. Por isto, quanto mais cedo ela for encaminhada para o tratamento, melhor será seu desenvolvimento escolar.
Pessoa com dislexia pode ter problemas com a leitura, com a escrita ou em com ambos. Ela tem dificuldade de reconhecer, reproduzir, associar e ordenar os sons e as formas das letras para organizá-los de forma correta.
Essas crianças devem ser tratadas por uma equipe multiprofissional que trabalhe de forma interdisciplinar, portanto quando há condições ideais na cidade onde ela reside deve ser encaminhada para o(a) Fonoaudiólogo(a), o(a) Psicopedagogo(a) e para o(a) Psicólogo(a) que seja especialista em criança. O trabalho tem a função de ajudar a criança, tanto em sua organização escolar como também em sua organização emocional.
Muitos pensam que sim, mas não é. Muitas pessoas de grande destaque no mundo tiveram problemas com a dislexia, dentre elas: Tom Cruise, Albert Einstein e inúmeros outros. Também não deve trata como doença.
Acho que todos os profissionais que trabalham com crianças devem estar preparados para, pelo menos, fazerem os devidos encaminhamentos.
FONTE: DR. MÁRIO CEZAR DE MIRANDA/BLOGGER