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26/nov/2013

A amabivalência é davida

Autor(a): Jason Frutuoso

A Ambivalência é da Vida

Certa vez, disse-me um jovem mascate: “Adoro esta vida de viajante, vendo tudo que procuram, posso bem servir, ser altruísta ao mesmo tempo em que trabalho, viajo por toda parte, parto e reparto meus produtos e meus sorrisos; vivo a vida em alta rotatividade. É a vida que pedi a Deus”.
De repente, o jovem abriu a mala farta de diversas mercadorias e entre um produto e outro havia um retrato da mulher amada. Olhou demoradamente e logo em seguida mudou sua expressão do rosto e do corpo, parou de referir-se à tal felicidade, pediu licença e saiu. Certamente foi procurar outro ouvinte para novamente conversar e por alguns momentos esquecer a dor que ser mascate traz. O problema não é ser mascate, nem tampouco ter uma mulher amada. É ser mascate e ao mesmo tempo ter uma mulher amada.
Noutro dia, outro jovem mascate disse: “Adoro ser mascate”… e repetindo quase tudo que o primeiro havia dito, abriu a mala e entre uma mercadoria e outra viu apenas outras mercadorias. Seu olhar esperto continuou entre seus produtos e os fregueses. Sua expressão em nada mudara. Sempre repetindo que adorava a vida de mascate. E eu o indaguei: - Por que gosta tanto desta vida? E ele respondeu-me: - “É nela que procuro ocupar meu tempo, evito aquela coisa aniquilante que maltrata tanto um homem que vive só; nela encontro um aqui, outro acolá e meus dias passam como num piscar de olhos; como uma mágica. Adoro esta profissão!”
Suas expressões deixaram-me a pensar: “Mais vale um conflito que a falta do objeto dele”.
O segundo está em desvantagem, pois não tem ninguém que faça parte de suas expressões.

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